22 janeiro 2013

Relatório mostra que UCI encobriu o doping de Lance Armstrong em 1999

Relatório mostra que UCI encobriu o doping de Lance Armstrong em 1999
A edição desta segunda-feira do jornal francês Le Monde publicou um relatório que comprovaria que a União Ciclística Internacional (UCI) teria encoberto um resultado positivo de exame antidoping do ex-ciclista Lance Armstrong, na primeira etapa da Volta da França de 1999, quando conquistou o primeiro dos sete títulos que lhe foram cassados.
O caso teria acontecido no dia 4 de julho daquele ano, entre Montaigu e Chalans. Na ocasião, o americano teria sido flagrado com a presença de corticoides em sua urina. Antes do teste, o ex-ciclista havia assinado um documento em que afirmava não ter tomado nenhum medicamento ou estar sujeito a qualquer tratamento. Após o resultado positivo, no entanto, Armstrong apresentou uma receita, sem data, com uma prescrição de uma substância proibida. Segundo o Le Monde, a UCI teria aprovado o documento, sem maiores investigações.
"A UCI protegeu um corredor aceitando um documento falsificado", diz jornal
Na época, o jornal francês noticiou a situação e levantou dúvidas sobre o comportamento da entidade, que, por meio de seu presidente, o holandês Hein Verbruggen, se defendeu com veemência. A UCI acusou o Le Monde de publicar informações infundadas e de fazer um "jornalismo abutre". O próprio ex-atleta considerou tais informações como fruto de "intrigas" e acusou o diário de praticar um "jornalismo de abutres".
O diário destaca ainda que esta seria a receita médica que o ciclista assumiu ter falsificado para ocultar um resultado positivo, durante a entrevista concedida à apresentadores americana Oprah Winfrey, onde confessou pela primeira vez o uso sistemático de doping na carreira. Armstrong isentou o organismo que controla o ciclismo mundial de qualquer tipo de apoio à sua conduta ilegal.
Gilles Smadja, chefe de gabinete da então ministra francesa de Esportes, Marie-George Buffet, afirmou, nesta segunda-feira, que Verbruggen procurou o governo para protestar pela política antidoping na França.
- A mentira de Armstrong poderia não ter existido se as instâncias internacionais do ciclismo tivessem mostrado um mínimo de lucidez e firmeza durante a Volta da França de 1999 - disse o ex-membro do ministério ao jornal.
Smadja lamentou que os esforços tenham se concentrado em inocentar o ex-ciclista.
- Demos a eles as provas da mentira de Armstrong e, em vez de pressionar o ciclista ou seu estafe, a UCI preferiu gastar toda a sua energia em demonstrar a inocência do corredor - acrescentou Smadja.


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